1º de maio é feriado? A história do Dia do Trabalho dos Estados Unidos ao Brasil
O Dia do Trabalho, também conhecido como Dia Internacional do Trabalhador ou simplesmente Primeiro de Maio, é, sim, feriado nacional — e não apenas no Brasil, mas em países de todo o mundo. Sua origem está nos Estados Unidos, vinda de movimentos sindicalistas e grevistas no final do século XIX.
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As origens do Dia do Trabalho
As comemorações de primeiro de maio remontam a 1884, quando sindicatos americanos se reuniram em um congresso e estabeleceram um prazo de dois anos para impor aos empregadores do país a jornada máxima de oito horas de trabalho — à época, elas chegavam a até 17 horas diárias em alguns lugares.

A campanha foi meticulosamente calculada para começar em 1º de maio, já que a maioria das empresas usava a data para começar o ano contábil e encerrar contratos de trabalho, quando muitos trabalhadores saíam em busca de emprego. Uma enorme greve foi feita nesse dia, em 1886, com até 340.000 trabalhadores participando nos EUA.
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Confrontos com a polícia levaram à morte de três trabalhadores nos dias seguintes da greve, em Chicago, e os protestos que se seguiram marcaram a data. Em 1889, a segunda Internacional Socialista, em Paris, decidiu pela convocação anual de manifestações pela jornada de 8 horas, escolhendo o 1º de maio em homenagem aos grevistas americanos.
Em 1919, o senado francês ratificou a jornada de 8 horas e declarou 1º de maio como feriado, e, em 1920, a União Soviética imitou a adoção do feriado, com diversos outros países seguindo. Nos Estados Unidos, origem da data, curiosamente, o Dia do Trabalhador nunca foi reconhecido em feriados ou comemorações nesse dia, apesar da redução da jornada para 8 horas ter sido feita em 1890.
Chegada do Dia do Trabalho ao Brasil
No Brasil, os imigrantes europeus trouxeram o costume de lutar pelos direitos dos trabalhadores no 1º de maio, algo tradicional no Velho Continente. Em 1917, por exemplo, greves gerais foram feitas na data, mas o feriado só foi estabelecido pelo presidente Artur Bernardes, em 1925.

A propaganda trabalhista de Getúlio Vargas, nas décadas de 1930 e 1940, mudou a cara do feriado — antes marcado por piquetes e passeatas, o dia passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações.
O caráter de festa ficou ainda mais forte quando os governos adotaram o costume de anunciar o aumento anual do salário mínimo na data, no século XX, bem como a criação da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), que caiu 1º de maio e 1943.
A maioria dos países segue a data, mas há algumas exceções. Na Nova Zelândia, o Dia do Trabalho fica na quarta segunda-feira de outubro, em homenagem a protestos de trabalhadores locais; na Austrália, a comemoração varia de acordo com a região; nos Estados Unidos e Canadá, o dia fica na primeira segunda-feira de setembro, provavelmente para desassociar a comemoração com os movimentos socialistas.
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