Como funciona o sabonete? Entenda a química de lavar as mãos
O sabão revolucionou os cuidados com a saúde e o combate a doenças. Mesmo presente no dia a dia de bilhões de pessoas, poucos entendem como essa substância é capaz de eliminar sujeira, vírus e bactérias com tanta eficiência.
Em um artigo publicado originalmente no site The Conversation, Paul E. Richardson, professor de bioquímica na Coastal Carolina University, explicou mais sobre como o sabão surgiu.
A origem do sabão remonta a cerca de 5.000 anos, na antiga Babilônia, onde, segundo relatos históricos e lendas, a mistura de gordura com cinzas teria revelado um potente agente de limpeza. O que pareceu mágica na época se tornaria um dos pilares da higiene moderna.
Como o sabão “age” para nos limpar:
- Apesar de amplamente utilizado, poucos sabem como o sabão realmente funciona.
- A água, sozinha, remove apenas resíduos solúveis — as chamadas moléculas hidrofílicas.
- Já a sujeira oleosa e a gordura, que não se misturam com a água (hidrofóbicas), exigem uma solução mais engenhosa.
- É aí que entra a molécula do sabão, composta por uma cabeça que ama água e uma cauda que a repele.

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Essa estrutura híbrida do sabão permite que ele forme micelas — bolhas microscópicas que cercam e isolam a sujeira gordurosa. Assim, essas partículas, antes insolúveis, são arrastadas pela água corrente. O processo é mais eficaz quando as mãos são esfregadas por pelo menos 20 segundos.
Higiene além da aparência
Mais do que remover sujeira visível, o sabão atua contra vírus, bactérias e fungos. Ele rompe a membrana protetora de microrganismos prejudiciais, ajudando a prevenir doenças e eliminar odores causados por bactérias que vivem na pele.
Hoje, o mundo movimenta cerca de US$ 50 bilhões por ano com produtos à base de sabão. Desde a fabricação doméstica nas colônias americanas até os avanços da química no século XVIII, o sabão consolidou-se como um aliado indispensável da saúde coletiva — uma inovação antiga que continua vital.

Embora os microrganismos sejam protegidos por uma barreira – chamada membrana – água e sabão podem romper a membrana, causando a ruptura do microrganismo. A água então lava os restos do microrganismo, juntamente com o mau cheiro.
Dizer que o sabão mudou o curso da civilização é pouco. Por milhares de anos, ele ajudou a manter bilhões de pessoas saudáveis. Pense nisso na próxima vez que a mamãe ou o papai pedirem para você lavar a louça – o que provavelmente acontecerá em breve.
Paul E. Richardson, ao The Conversation
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