Análise | Commandos: Origins — Ou como eu aprendi a parar de me estressar
Fala tu, tropa! Se liga que hoje o papo é sério, é tático, é militar… mas é também um baita exercício de humildade digital.
Tô falando de Commandos: Origins, esse retorno cheio de pólvora e nostalgia que, sinceramente, parece ter sido desenvolvido por aquele tio seu que fazia o mapa do CS no paint, mas com trauma de guerra. O jogo chegou metendo o pé na porta e dizendo: “Você gosta de sofrer planejando? Então senta aqui e chora com classe, recruta.”
O reencontro com a velha guarda
Pra quem tem a manha de apertar F5 (salvar) mais que botão de tiro, esse aqui é tipo uma volta no tempo. A franquia Commandos, que era cult nos tempos de LAN house e monitor CRT, volta com tudo em Origins, um prequel que mostra o nascimento daquela unidade tática que botava mais medo em nazista do que Indiana Jones com chicote.
Temos de volta os lendários:
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Boina Verde, o brucutu que resolve tudo na porrada;
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Sapper, o engenheiro que transforma campo minado em parque infantil;
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Sniper, o reizinho da camuflagem com mira de cirurgião;
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Marine, que nada melhor que peixe e afoga mais rápido que ex tóxico;
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Motorista, piloto e mecânico, tudo junto, o Vin Diesel da 2ª Guerra;
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Espião, o infiltrador galante que convence até guarda nazista a dançar tango com ele.
Sim, mano. Um elenco que parece um mix de Velozes e Furiosos com Esquadrão Classe A, só que versão hardcore e sem direito a erro.
Jogabilidade ou simulação de crise existencial?
Se você tá mal acostumado com tutorial que segura tua mão igual mãe levando criança pra escola, esquece. Aqui é cada um por si e o Deus do save por todos.
A lógica é: planeje, sincronize, execute. Só que o jogo faz questão de te lembrar que um guarda aleatório pode cagar teu plano inteiro só porque ele decidiu virar à esquerda ao invés de seguir o script da IA.
E aí você entende o verdadeiro propósito de Commandos: não é vencer a missão, é vencer a si mesmo. Porque enquanto o Boina Verde corta arame farpado com tranquilidade, você tá em pânico porque clicou errado e mandou o Sniper correr no campo de visão de 14 soldados armados com metralhadoras.
Pausa tática: a hora do “vou respirar e tentar de novo”
O recurso de “tactical pause” é tipo um suspiro de esperança no meio do caos. Tu para, pensa, coordena os comandos, aperta o botão da execução… e vê tudo dar errado em 3 segundos.
É tipo planejar a coreografia de um flash mob e, na hora do show, cada um resolve dançar axé diferente. Mas quando dá certo? Puta merda, que sensação gloriosa.
É tipo dar o último passo naquelas missões stealth de Hitman sem ser pego: tu levanta da cadeira se sentindo o John Wick dos jogos táticos.
Filosofia de guerra (e frustração)
Commandos não te ensina só a ser sorrateiro. Ele te ensina que errar é humano, mas repetir o mesmo erro 12 vezes porque esqueceu de salvar é burrice.
É tipo terapia com fuzil: você analisa o erro, encara o fracasso e, no fim, agradece porque a bomba explodiu no rosto do inimigo e não no teu.
O jogo também tem aquele ar de ensaio de tragédia grega. Você vê o destino chegando, vê que vai dar merda, mas assiste igual porque não consegue parar. O guarda vem, o alarme toca, e você já levanta do PC dizendo: “Pelo menos dessa vez eu morri com estilo”.
Visual e trilha: beleza sem firula
Não é o jogo mais bonito do mundo, mas também não é sobre isso, né não, parça? A vibe é de diorama de guerra, com cenários detalhados, mas secos como pão velho de ração militar.
A trilha sonora é sóbria, militarizada, daquelas que fazem você se sentir num documentário do History Channel narrado pelo tiozão da barba cinza.
E sim, funciona. Porque quando a música sobe e tu acerta aquela sequência cirúrgica de três execuções simultâneas, tu se sente o maestro da destruição sincronizada.
Jogabilidade tensa como reunião de condomínio
Cada personagem é uma peça no teu tabuleiro de guerra. Não dá pra resolver tudo com um só.
Esse jogo não é pra quem resolve tudo no rush. Aqui, quem corre morre, quem planeja sobrevive, e quem salva frequentemente vira lenda.
E o modo coop, parceiro? Agora sim dá pra dividir a culpa quando tudo dá errado!
É tipo Overcooked com morte e explosão. Uma aula de gerenciamento de raiva com base militar.
Comparações sinceras e dolorosas
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Hitman é tipo o primo rico que mata com luva e toma vinho.
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Desperados 3 é o caubói do velho oeste que lê Sun Tzu.
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Metal Gear Solid é o drama introspectivo com robôs e filosofias sobre guerra.
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Commandos: Origins? É o amigo veterano que te ensina a sobreviver com um grito de “SALVA ESSA PORRA LOGO!”
Personagens? São os Vingadores da disciplina
Não espere profundidade narrativa emocional aqui, tipo The Last of Us te fazendo chorar por NPC.
Mas cada um desses caras tem um jeitão único que te faz sentir a vibe da tropa, como se fosse um reality show de sobrevivência onde a eliminação vem com granada.
Mas e os vacilos, Spider?
Mano… tem.
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A curva de aprendizado é tipo escalar o Himalaia de chinelo. Jogador casual vai sofrer.
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O jogo ainda tem uns bugs, principalmente se tu joga em console. Tipo guarda que te vê de costas ou personagem que trava em caixa.
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Algumas missões são engessadas demais, deixando pouco espaço pra improviso criativo. E isso, num jogo tático, às vezes quebra o clima.
Mas, honestamente? É tudo parte do charme masoquista.
Prós e Contras
Prós:
- O desafio é real, sem mimimi nem tutorial bobo.
- A imersão é top, mesmo sem cutscene cinematográfica.
- O modo coop é ouro puro se tu tem amigo paciente.
- E claro, a sensação de “dominei essa missão” é coisa fina — tipo passar em física sem colar.
Contras:
- A curva de aprendizado é tipo escalar o Himalaia de chinelo. Jogador casual vai sofrer.
- O jogo ainda tem uns bugs, principalmente se tu joga em console. Tipo guarda que te vê de costas ou personagem que trava em caixa.
- Algumas missões são engessadas demais, deixando pouco espaço pra improviso criativo. E isso, num jogo tático, às vezes quebra o clima.
Nota Final: 8/10
Commandos: Origins não é só um jogo, é um manual de sobrevivência emocional, disfarçado de tática militar. É aquele tipo de experiência que te dá um tapa na cara e depois te abraça dizendo: “foi pro teu bem.” Se tu é do tipo que se emociona quando faz uma play limpa, odeia IA burra mas ama planejar emboscada como se fosse diretor de filme de espionagem, esse jogo é tua casa. Mas se tu é do tipo que pula tutorial, joga COD com olho fechado e reclama quando morre porque apertou botão errado… melhor ficar longe. Esse aqui é pros brabos. Pros persistentes. Pros que morrem rindo e voltam salvando.
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