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Telescópio James Webb detecta água na atmosfera de exoplaneta

O Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA descobriu, recentemente, a presença de vapor d’água na atmosfera de um planeta distante, segundo nova pesquisa científica, publicada na segunda-feira (5), no The Astronomical Journal Letters.

O exoplaneta em questão é o TOI-421 b, um “sub-Netuno” com temperaturas extremamente elevadas, localizado a, aproximadamente, 244 anos-luz de nosso planeta. A atmosfera deste mundo foi minuciosamente analisada pelo avançado telescópio espacial.

“Atualmente, um dos objetivos mais empolgantes na ciência de exoplanetas é descobrir a origem e composição dos sub-Netunos, planetas relativamente comuns que não possuem equivalentes em nosso Sistema Solar”, explicaram os pesquisadores no artigo.

Vapor de água
Webb encontrou vapor de água n exoplaneta, cuja atmosfera é (bem) quente (Imagem: sandsun/Shutterstock)

Webb e o exoplaneta com vapor d’água

  • Embora o JWST tenha sido projetado especificamente para este tipo de investigação, esta descoberta é particularmente significativa devido ao limitado conhecimento sobre esta categoria de planetas, inicialmente identificados pelo pioneiro telescópio espacial Kepler da NASA;
  • Anteriormente ao Webb, as tentativas de estudar atmosferas de sub-Netunos por meio de espectros de transmissão — medindo a luz estelar filtrada pela atmosfera do planeta durante seu trânsito na frente da estrela hospedeira —, frequentemente, resultavam em dados pouco conclusivos;
  • Em vez de revelar assinaturas químicas que pudessem indicar moléculas atmosféricas, como dióxido de carbono, metano ou vapor d’água, os espectros de sub-Netunos, geralmente, forneciam informações limitadas. Astrônomos sugeriram que esta falta de detalhes poderia ser causada por nuvens ou névoas obscurecendo os sinais;
  • A equipe de pesquisa, no entanto, suspeitava que o TOI-421 b poderia ser diferente, oferecendo oportunidade única de estudo.

“Escolhemos observar este planeta porque acreditávamos que, talvez, ele não apresentasse névoas“, explicou a pesquisadora principal Eliza Kempton, professora de astronomia na Universidade de Maryland (EUA), ao Space.com. “Existiam dados anteriores sugerindo que planetas sub-Netunos acima de determinada faixa de temperatura poderiam ser menos cobertos por névoas ou nuvens.”

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Observações prévias realizadas com o Telescópio Espacial Hubble da NASA haviam demonstrado que características espectrais planas são comuns entre sub-Netunos com temperaturas inferiores a, aproximadamente, 577 °C.

“Espera-se que sub-Netunos mais quentes sejam livres de névoa porque o metano e os precursores de hidrocarbonetos para formação de névoa devem ser menos abundantes à medida que o monóxido de carbono se torna a molécula dominante contendo carbono”, explicou a equipe.

O TOI-421 b, com temperatura atmosférica estimada em 727 °C, encaixa-se nesta categoria potencialmente livre de névoas. Após observar dois trânsitos utilizando os instrumentos de espectroscopia do Webb, a equipe obteve rico perfil atmosférico.

“Identificamos características espectrais atribuídas a diversos gases, o que nos permitiu determinar a composição da atmosfera”, afirmou Brian Davenport, doutorando da Universidade de Maryland responsável pela análise primária dos dados.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb investigando o cosmos. Crédito: 24K-Production – Shutterstock

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