O marketing morreu. O algoritmo assumiu!
Durante décadas, a propaganda foi uma arte. Criativos disputavam Cannes. Agências eram templos da cultura pop. E slogans entravam para a história com o poder de uma boa ideia.
Depois, veio a virada digital. Google Ads, Facebook Ads… a lógica mudou.
Sai o “gênio criativo”. Entra o “analista de performance”.
A intuição deu lugar ao algoritmo. E, pela primeira vez, pequenos anunciantes puderam competir com grandes marcas com apenas um bom funil e R$50 por dia.
Mas o que está vindo agora é ainda mais radical.
Mark Zuckerberg acaba de descrever um cenário , durante uma entrevista a um podcast, que parece distopia para uns e o paraíso da escala para outros:
“O cliente chega na Meta e diz: ‘Quero clientes’. A IA faz tudo: cria as imagens, escreve os textos, monta os anúncios, testa, segmenta, aprende e vende. Tudo sozinha.”

Esse conceito vem sendo chamado por alguns de Infinite Creative.
Na prática, a IA cria um número infinito de versões de anúncios em tempo real e os testa com públicos diferentes até encontrar o que converte mais. Sem humanos. Sem agência. Sem reunião de briefing.
Só dados, modelos e automação.
Mas, para entendermos o futuro, vamos relembrar o passado.
Durante o século XX, as agências dominaram o jogo. Marcas como Coca-Cola, Nike, McDonald’s e Marlboro foram construídas por campanhas geniais e milionárias.
No agro, por exemplo, a John Deere se destacou por um posicionamento tão forte que virou referência mundial não apenas como fabricante de tratores, mas como marca de inovação, tecnologia e conexão com o produtor.
Ela não vendia máquinas. Vendia identidade.
E ainda vende. Mas, agora, precisa competir com algo mais poderoso que uma boa ideia: uma IA que aprende em tempo real como vender para cada pessoa, em cada lugar, a cada segundo.

E você deve se lembrar do impacto do Ads, que foi a primeira onda de ruptura. Quando o Google Ads chegou, as agências começaram a perder o controle. O conhecimento técnico passou a valer mais do que a “big idea”.
Quando o Facebook Ads explodiu, o jogo virou de vez. Pequenos infoprodutores e e-commerces criaram impérios com criativos simples, baseados em dados e testes rápidos.
Muitas agências resistiram. Outras tentaram se adaptar. Mas o modelo de trabalho baseado em fee fixo, brainstorm e planejamento anual simplesmente não cabia mais na lógica do ROI diário.
E agora é a vez da IA: o novo marketing é 100% algorítmico
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Zuckerberg está propondo algo novo e mais perigoso para o modelo tradicional: a Meta não quer apenas ser um canal de mídia. Ela quer ser a agência, o criativo, o analista, o comercial, o checkout e o SAC. Tudo em um sistema fechado.
E a pergunta é inevitável: se a mesma empresa que cria, entrega e mede os anúncios também recebe o dinheiro… quem fiscaliza os números? Devemos temer ou aproveitar?

A IA pode ser uma ameaça — ou a maior oportunidade da década. As agências que entenderem isso rápido terão que migrar da execução para a estratégia, curadoria e senso crítico.
As marcas precisarão decidir: ter controle ou escalar? E os profissionais de marketing terão que aprender a usar as máquinas como aliados — e não como rivais.
Seria o fim do marketing como conhecemos… ou só o começo? O marketing, como a propaganda, sempre foi sobre contar histórias e gerar desejo.
Mas, agora, essas histórias podem ser escritas por algoritmos.

O desejo pode ser mapeado em clusters. E o criativo pode nascer de um prompt.
A pergunta que fica é: Você entregaria sua marca inteira para uma IA operar — do branding até a conversão?
Se sim…
Você confiaria nos números que ela mesma te entrega?
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