5 curiosidades surpreendentes sobre os corvos
Você já ouviu a expressão popular “cérebro de passarinho“, usada para descrever alguém desprovido de inteligência? Com certeza ela não tem sua origem baseada nos corvos.
Isso porque essas aves estão entre as espécies mais inteligentes do planeta, possuindo uma memória excepcional, capacidade de aprender uns com os outros, de reconhecer rostos, imitar sons e mais uma grande variedade de feitos.
Inclusive, por conta disso, um grupo de cientistas classificou a inteligência deles como compatível com a de uma criança humana de 5 a 7 anos de idade.
Além disso, um novo estudo descobriu que os corvos também são capazes de reconhecer a “regularidade geométrica”, o que quer dizer que eles podem diferenciar aspectos como comprimento dos lados, linhas paralelas, ângulos retos e simetria, por exemplo.
O estudo foi publicado no início do mês de abril na revista Science Advances, onde os pesquisadores relatam que os corvos também podem diferenciar formas como estrelas, crescentes e quadrados, assim como sabiam a diferença entre quadrados e outros quadriláteros irregulares.
5 curiosidades surpreendentes sobre os corvos
Diferenciam formas geométricas e entendem regras abstratas
O estudo publicado na revista Science que foi citado acima mostrou que os corvos conseguem resolver tarefas que exigem raciocínio abstrato, como reconhecer simetrias e sequências baseadas em regras visuais. Isso inclui distinguir formas geométricas com base em tamanho, ângulo ou orientação.

Essas descobertas contrariam a ideia de que só primatas ou humanos são capazes de pensamento conceitual.
A estrutura cerebral dos corvos, especialmente o “nidopálio caudal lateral”, desempenha funções similares ao córtex pré-frontal humano, o que explica suas habilidades cognitivas elevadas.
Se lembram de quem os maltrata e ensinam isso aos outros
Os corvos possuem uma memória impressionante, especialmente para rostos humanos. Em um estudo conduzido pela Universidade de Washington, pesquisadores usaram máscaras para capturar as aves e depois observaram que, mesmo anos depois, elas reagiam agressivamente às pessoas com a mesma máscara — e ignoravam quem não os havia capturado.

O mais surpreendente ainda está por vir: os corvos que nunca haviam visto a máscara também demonstraram comportamentos de aversão, indicando que a informação foi socialmente transmitida dentro do grupo.
Não se trata exatamente de herança genética direta, mas sim de transmissão cultural, algo raríssimo no reino animal.
Imitam vozes e sons com incrível precisão
Os corvos, principalmente os de cativeiro, são especialmente bons imitadores, e já foram gravados reproduzindo palavras humanas com clareza, além do som de portas rangendo, alarmes e até vozes específicas. Essa capacidade se deve ao controle avançado que eles têm da siringe (órgão vocal das aves).
Embora os papagaios também sejam ótimos imitadores, corvos conseguem captar nuances sonoras com surpreendente realismo.
Inclusive, alguns biólogos sugerem que eles podem usar essa habilidade de forma estratégica — para enganar outros animais ou interagir com humanos.
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Podem ser pets? Em alguns lugares, sim (com ressalvas)
Nos Estados Unidos, por exemplo, todas as aves nativas (incluindo corvos e gralhas) são protegidas pelo Migratory Bird Treaty Act, e mantê-las em casa é ilegal sem licença específica para reabilitação ou pesquisa.
No entanto, em países como Japão, Rússia e partes da Europa, há relatos de pessoas que domesticam corvos, geralmente resgatados quando filhotes.
Mesmo nesses casos, especialistas alertam que corvos exigem espaço, estimulação mental e interações sociais constantes — caso contrário, podem desenvolver comportamentos agressivos ou depressivos.
São capazes de demonstrar luto? Comportamentos fúnebres sugerem que sim
Quando um corvo morre, outros frequentemente se reúnem ao redor do corpo e vocalizam intensamente, o que já foi chamado de “funeral de corvos”.

Estudos mostram que esse comportamento não é apenas uma resposta emocional, mas também uma maneira de investigar perigos — como predadores — no ambiente. A pesquisadora Kaeli Swift observou que os corvos tendem a evitar locais onde testemunharam a morte de um membro do grupo, sugerindo uma combinação de empatia e aprendizado social.
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