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Como os arqueólogos descobrem o sexo de um esqueleto e quão preciso é?

Ao encontrar restos humanos do passado, especialistas, como os arqueólogos, buscam saber dados importantes como data e causa da morte, idade, etc — e o sexo do esqueleto. Isso é geralmente feito a partir de certas diferenças entre tamanho e formato dos ossos, ou através de análises de DNA. Apesar da alta confiabilidade, no entanto, nenhum método garante 100% de precisão.

Ossos longos, como fêmur e tíbia, costumam ser os mais medidos neste processo, sendo comparados com dados estatísticos (média de tamanho para cada sexo).

Segundo Kaleigh Best, antropóloga biológica da Universidade do Oeste da Carolina, contou ao site Live Science, homens costumam ser 15% maiores do que as mulheres, em média. Variáveis como dieta, genética, doenças e o ambiente, no entanto, podem gerar variações imprevisíveis.


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Pelve, DNA e gênero

Medições dos ossos dos mortos possuem uma confiabilidade entre 80% e 90% na previsão do sexo. Se a pelve está preservada, no entanto, suas características podem ajudar mais do que o tamanho — ossos púbicos mais largos são mais comuns nas mulheres, e mais altos, nos homens. Arqueólogos conseguem uma confiança de 95% de precisão através desse método.

Túmulo viking de um portador da Síndrome de Klinefelter, que foi enterrado com roupas femininas e armas no século X — a relação entre sexo e gênero no passado pode ser mais complexa do que pensamos (Imagem: Moilanen et al./European Journal of Archeology)
Túmulo viking de um portador da Síndrome de Klinefelter, que foi enterrado com roupas femininas e armas no século X — a relação entre sexo e gênero no passado pode ser mais complexa do que pensamos (Imagem: Moilanen et al./European Journal of Archeology)

Já nas análises de DNA, podem ser estudadas variações em um gene relacionado à produção de esmalte, conseguindo uma precisão de 99% na predição do sexo do falecido. Como o material genético degrada com o tempo, no entanto, nem todos garantem uma análise tão precisa.

Cientistas, no entanto, como Donovan Adams, da Universidade da Flórida Central, comentam que o sexo biológico possui outros fatores, indo de cromossomos a hormônios, gônadas e gametas.

Segundo Adams, sexo não é binário, mas pode ser bimodal. Isso quer dizer que há características masculinas e femininas predominantes em cada lado de um gráfico. Contudo, há ainda muitas outras pessoas no espectro que chamamos de intersexo. Cerca de 1,7% dos seres humanos é intersexo, tendo alguma condição que mistura as características sexuais.

Exemplos são a Síndrome de Klinefelter (XXY), que gera testículos menores e seios maiores em homens, e Síndrome de Insensibilidade a Andrógenos, onde a pessoa nasce com genitais femininos, mas sem órgãos reprodutivos como útero e ovários.

A expressão de gênero de pessoas do passado é algo misterioso a arqueólogos, o que significa que saber o sexo pode não dizer muito sobre quem aquela pessoa foi no passado.

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