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Análise | DOOM: The Dark Ages — Um Prequel que Não Pede Licença

Se você achava que DOOM já tinha atingido o ápice do caos com DOOM Eternal, prepare-se para ser lançado de cabeça em uma Idade Média onde o Slayer troca o jetpack por uma armadura de 200 quilos e um escudo que faz inveja ao Capitão América.

DOOM: The Dark Ages é a mais recente investida da id Software em transformar o inferno em um playground sangrento, agora com uma pitada de fantasia sombria e uma dose generosa de brutalidade medieval.

Esqueça as armas futuristas e os cenários tecnológicos. Aqui, o Slayer é uma força da natureza, empunhando um escudo-serra e esmagando demônios com uma estrela da manhã que faria qualquer cavaleiro templário corar de vergonha. A história se passa antes dos eventos de DOOM (2016), mergulhando em um mundo onde a tecnologia e a magia se entrelaçam em uma dança macabra.

A narrativa, embora mais presente do que em títulos anteriores, não atrapalha o ritmo frenético do jogo. Você é lançado em batalhas épicas contra hordas demoníacas, com momentos de exploração que revelam segredos e desafios adicionais. É DOOM sendo DOOM, mas com uma nova roupagem que mistura o clássico e o inovador.

🏰 História? Tem sim, mas calma, ninguém tá aqui pra ler Tolkien

Sim, DOOM: The Dark Ages tem uma história. Mas vamos falar a real: ela serve mais como desculpa pra soltar o Slayer de jaula nova e começar a festa do demônio voando em pedaços.

Basicamente, é o prequel de DOOM 2016, com um reino dominado por forças demoníacas, humanos morrendo igual camponês em filme do Mel Gibson, e uma entidade angelical chamada Kreed Maykr (provavelmente coach de destruição em massa) que solta o Slayer como quem solta pitbull no quintal do vizinho.

Mas você não precisa entender nada. Porque quando você tá montado num dragão e metendo bala em catedrais voadoras, a última coisa que importa é a genealogia do Slayer.

🛡 Escudo-Serra: A Nova Estrela do Arsenal

A grande novidade é o escudo-serra, uma arma versátil que serve tanto para defesa quanto para ataque. Você pode bloquear projéteis, realizar parries precisos e até lançá-lo para cortar inimigos à distância. É como se o Capitão América tivesse passado um tempo no inferno e voltado com sede de sangue.

Além disso, o jogo apresenta armas que parecem saídas de um pesadelo medieval: uma que tritura crânios e dispara os fragmentos como projéteis, e outra que lança uma bola de ferro em chamas, devastando tudo em seu caminho. Cada arma tem suas próprias melhorias, permitindo que você personalize seu arsenal para maximizar a carnificina.

🐉 Dragões e Mechas: Porque Por Que Não?

Em determinados momentos, o jogo quebra a rotina com sequências onde você pilota um mecha colossal ou monta um dragão alado. Embora visualmente impressionantes, essas seções não têm a mesma profundidade do combate tradicional, servindo mais como interlúdios cinematográficos do que desafios reais.

🗺 Exploração e Segredos: O Inferno Tem Muitos Cantos Escuros

Com 22 níveis expansivos, DOOM: The Dark Ages incentiva a exploração. Há segredos escondidos, desafios opcionais e colecionáveis que recompensam os jogadores mais curiosos. A estrutura dos níveis combina áreas abertas com seções mais lineares, mantendo o ritmo variado e estimulante.

🎵 Trilha sonora: metal mediano, mas ainda quebra tudo

Infelizmente, o som não é Mick Gordon, e isso já dói no coração. A nova trilha é boa… só que boa nível “abrir o Spotify e colocar outra coisa no fundo”. Não compromete, mas também não gruda como os riffs épicos do DOOM 2016.

Por outro lado, o som ambiente, os gritos demoníacos, o impacto das armas — tudo isso tá perfeito. Dá vontade de jogar com headset só pra sentir a pancada vibrando no maxilar.

🎮 Acessibilidade e Desempenho: Inferno para Todos

A id Software implementou uma gama de opções de acessibilidade, permitindo que jogadores ajustem a dificuldade, a velocidade do jogo e até a agressividade dos inimigos. Isso torna o jogo mais inclusivo, sem comprometer a essência brutal que define a série.

No quesito desempenho, o jogo brilha com gráficos impressionantes e uma taxa de quadros estável, mesmo em configurações mais modestas. A trilha sonora, embora não tenha o mesmo impacto das composições anteriores de Mick Gordon, complementa bem a atmosfera sombria e intensa do jogo.

⏱ Duração: 20h de soco na fuça

Finalizar a campanha vai te tomar umas 20 horinhas, com margem pra mais se for caçar tudo. Pra um shooter single player, isso é quase luxo em tempos de campanha de 5h com preço de R$ 350.

E sim, dá vontade de rejogar. Porque DOOM sempre dá.

Prós e Contras

Prós:

  • Combate visceral do jeitinho que a gente gosta (só que com escudo agora)
  • Armas novas criativas, brutais e incrivelmente satisfatórias
  • Mapas abertos com exploração que recompensa
  • Escudo-serra é amor verdadeiro
  • Acessibilidade nota 10, inclusive em desempenho
  • Modo dragão e mecha só existem porque sim — e isso é lindo

Contras:

  • Trilha sonora genérica, especialmente se comparada ao legado de Mick Gordon
  • Partes com mecha e dragão são mais legais no trailer do que no jogo
  • Alguns níveis exageram nos puzzles com escudo e quebram o ritmo
  • Lore ainda é do tipo “aceita e vai”, e às vezes cansa

Nota Final: 9/10

DOOM: The Dark Ages é uma evolução ousada da franquia, que respeita suas raízes enquanto explora novas direções. Com um combate visceral, armas criativas e um mundo ricamente detalhado, é uma adição digna ao legado do Slayer. Se você está pronto para trocar o plasma pela pólvora e enfrentar o inferno com aço e coragem, este é o jogo para você. É brutal, é criativo, é exagerado — e tudo isso é do jeito que tem que ser. Em tempos de jogo com loja de cosmético no menu principal, é lindo ver um FPS single-player, offline, focado só em explodir coisa com estilo. DOOM não quer te vender battle pass — quer te dar 20 horas de catarse digital com uma serra na mão e raiva no coração. Uma jornada épica que combina o melhor do passado com inovações empolgantes, mantendo DOOM no topo do panteão dos shooters.

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