“Criminosa”, diz Elton John sobre nova lei de direitos autorais

O cantor e compositor Elton John afirmou que o governo britânico está cometendo um roubo nas mudanças da lei de direitos autorais. A alteração permite o treinamento de modelos de inteligência artificial por empresas de tecnologia sem a garantia de recompensa aos autores.

À BBC, o artista afirmou que se sente “incrivelmente traído”. “Uma máquina… não tem alma, não tem coração, não tem sentimento humano, não tem paixão. Os seres humanos, quando criam algo, o fazem… para proporcionar prazer a muitas pessoas”, disse.

Elton John é apoiador do Partido Trabalhista, do qual o primeiro-ministro Keir Starmer é filiado. O premiê, no entanto, tem sido um dos defensores da legislação que, segundo ele, pretende tornar o Reino Unido em uma superpotência de IA.

Governo sob pressão

Além de Elton John, Paul McCartney, Andrew Lloyd Webber, Ed Sheeran e outros grandes nomes do cenário cultural pediram uma revisão da proposta, alegando que o texto atual vai dificultar o progresso da indústria criativa.

“O perigo é para os jovens artistas, eles não têm recursos para continuar verificando ou lutando contra as grandes empresas de tecnologia”, afirmou John.

Em fevereiro, mais de 1.000 músicos, incluindo Kate Bush e Annie Lennox, lançaram o álbum silencioso “Is This What We Want?” (É isso o que queremos?”, na tradução livre) em protesto, como relatou o Olhar Digital.

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O que prevê a nova lei?

No ano passado, o governo britânico realizou uma consulta com propostas para a nova lei, que prevê um mecanismo para que os detentores de direitos recebam pelo uso de seu trabalho em treinamentos de IA.

No entanto, a regra cria uma exceção para aplicação em larga escala e proíbe o uso de conteúdos protegidos apenas no caso de o autor deixar explícita a proibição. 

“Estamos cientes de que, para que este sistema funcione, é necessário que existam meios técnicos simples para que os criadores exerçam seus direitos, individual ou coletivamente”, diz trecho da consulta.

“Isso exigirá que tanto as empresas de IA quanto as indústrias criativas se unam para criar novos sistemas técnicos que alcancem o resultado desejado de maior controle e licenciamento de propriedade intelectual.”

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