Fúria do Sol | Terra foi atingida pela pior tempestade solar há 14 mil anos
A tempestade solar mais extrema já registrada atingiu a Terra há 14.300 anos. Segundo pesquisadores da Universidade Oulu, na Finlândia, o fenômeno ocorreu durante a última Era Glacial e foi mais poderoso que qualquer outro na história da humanidade.
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As tempestades solares disparam quantidades enormes de partículas eletricamente carregadas na atmosfera da Terra, causando perturbações no campo magnético do nosso planeta. Grande parte destas partículas são prótons altamente energéticos, que aumentam os níveis naturais do isótopo radioativo carbono-14.
Em 2023, pesquisadores identificaram um aumento nas concentrações do radioisótopo nos anéis de árvores fossilizadas, o que indicava a ocorrência de alguma tempestade solar no fim da última Era Glacial. No entanto, ainda faltavam modelos apropriados para a interpretação dos dados obtidos durante condições glaciais climáticas globais.
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Assim, no novo estudo os autores trabalharam com um novo modelo de análise do clima e reações químicas. Eles descobriram que o pico de carbono-14 detectado nas árvores foi causado por uma tempestade solar 500 vezes mais forte que aquela de 2003, considerada a mais intensa da história moderna.
“O antigo evento em 12.350 a.C. é o único evento extremo de partículas solares conhecido fora da época do Holoceno, os últimos 12.000 anos de clima quente estável”, disse Kseniia Golubenko, autora principal do novo estudo. “Nosso novo modelo elimina a limitação existente para o Holoceno e amplia nossa capacidade de analisar dados de radiocarbono até mesmo para condições climáticas glaciais.”
Segundo os autores, aquela tempestade disparou 18% mais partículas eletricamente carregadas na atmosfera. “Esse evento estabelece um novo cenário de pior caso”, acrescentou Golubenko. “Compreender sua escala é fundamental para avaliar os riscos que as futuras tempestades solares representam para a infraestrutura moderna, como satélites, redes de energia e sistemas de comunicação.”
O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Earth and Planetary Sciences Letter.
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