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Jogamos | EX-ZODIAC – Quando Star Fox dorme no ponto e um dev indie mete o pé no acelerador da nostalgia

Tá, vamos tirar isso da frente logo: sim, Ex-Zodiac é basicamente um clone de Star Fox. Mas não é aquele clone genérico que você vê no fundo do mercado com nome esquisito tipo “Stellar Mammal 64”.

Não. Isso aqui é um tributo legítimo, daquelas homenagens tão bem feitas que fazem a original parecer preguiçosa.

É como se o Ben Hickling, o cara por trás do jogo (também conhecido como MNKY, porque é claro que um dev retrô usa caps lock no nick), olhasse pra Star Fox 64, desse um gole de energético com sabor disquete e dissesse:
“É assim que se faz, Nintendo. Com carinho, suor e shader de mentira.”

O visual: Low-poly, high-carisma

Vamos começar pela arte: Ex-Zodiac parece rodar direto de uma TV de tubo embalada no neon dos anos 90. São gráficos low-poly com textura flat, paleta de cor berrante e interface que parece saída de um terminal militar de desenho animado.

E sabe o que é mais insano? Funciona.
É lindo. É estiloso. É o feio que deu a volta e ficou chique.
Você olha e pensa: “caraca, isso aqui é o que eu via na infância… mas com os óculos da idade adulta.” Tipo rever Power Rangers com filtro de qualidade e perceber que ainda tem alma ali, no meio do plástico.

A jogabilidade: voa, atira, esquiva. Repete. E ama.

Ex-Zodiac não tenta reinventar o gênero. Ele pega o velho e entrega com precisão de sniper. Você pilota sua nave (ou o que parece um origami voador de guerra), atira em tudo que se mexe, desvia de míssil, mata chefe com múltiplas fases e grita “YES!” quando explode a tela com efeito dramático de vitória.

Kyuu, a protagonista, pilota como uma lenda. Os controles são firmes, a nave responde como se fosse extensão da sua alma gamer, e cada fase é uma coreografia de destruição intergaláctica.

Você começa atirando em drones, termina destruindo serpentes voadoras, tanques flutuantes e robôs que parecem vilões recusados de Transformers.

Tem desafio? Tem. Mas é justo. É aquele tipo de jogo que te bate com carinho, igual pai gamer dos anos 90: te derruba, mas já te entrega o controle de novo dizendo “vai lá, tenta de novo, filho”.

A trilha sonora: FM synth pra lavar a alma

Se você gosta de música com cheiro de Mega Drive molhado, parabéns, esse jogo é o seu parque de diversões. Composta pelo +TEK (que deve morar dentro de um chip de som FM), a trilha de Ex-Zodiac é uma mistura de rave com nostalgia militarizada.

Você sente o baixo sintetizado batendo no peito, os bipes sincronizando com seus disparos, e aquele ar de “estou salvando o universo com estilo”. Cada fase é um remix da sua infância que você não sabia que precisava.

Filosofia cósmica do polygon shooter

Mas olha só que loucura: Ex-Zodiac também é uma metáfora. Sim, é isso mesmo. Um jogo de nave é uma metáfora. Porque ele te ensina algo que jogo moderno parece ter esquecido:

A beleza da simplicidade bem feita.

Hoje em dia, a galera quer shooter com árvore de habilidade, crafting, karma interplanetário, sistema de moral e 27 endings baseados em quantas vezes você tossiu perto de um NPC.

Ex-Zodiac chega e fala: “Quer salvar o mundo? Beleza. Pega essa nave. Vai lá. Atira.”

É um jogo honesto. Sem frescura. Sem lootbox. Sem cutscene de 20 minutos com dublagem dramática. É só você, sua nave e uma galáxia de coisa pra explodir.

Comparações inevitáveis, porque aqui a gente é saudosista assumido

  • Star Fox (SNES): O avô. Respeitamos. Mas não tem replay hoje em dia sem emulador e fé.

  • Star Fox 64: O ápice do gênero. Ex-Zodiac é o sobrinho que herdou a atitude, mas trocou a jaqueta militar por um moletom retrô.

  • Panzer Dragoon: Aquele primo mais esotérico, menos explosivo, mas com visão artística. Ainda assim, Ex-Zodiac atira com mais vontade.

  • Rez: A viagem de LSD do grupo. Mas a nave de Kyuu tem mais mira e menos filosofia sobre a alma da música.

O que Ex-Zodiac nos ensina?

Em um mundo onde cada jogo novo quer ser tudo ao mesmo tempo — shooter com crafting, mundo aberto com romance, narrativa profunda com monetização embutida — Ex-Zodiac nos lembra que jogo bom é aquele que sabe o que quer ser.

Ele é um jogo de nave. Ponto. Com coração de cartucho, cabeça de fliperama e alma de moleque no sábado de manhã comendo cereal e explodindo coisa na TV.

A recepção: só elogio com gosto de nostalgia

No Steam, a galera tá em festa. A avaliação é “Muito Positiva”, e os reviews parecem carta de amor digitada com o som do modem discado ao fundo.

“Isso aqui é Star Fox que funciona num PC moderno. Eu tô chorando pixels.”
“A jogabilidade é suave, o visual é perfeito e a música é um tapa sonoro de qualidade.”

“Nintendo devia contratar esse cara. Ou pelo menos agradecer.”

E eu? Eu assino embaixo. Ex-Zodiac é o que Star Fox Zero queria ser e nunca foi.

Ex-Zodiac é tipo pegar um SNES, ligar na tomada 220v e deixar o bicho correr solto.

É adrenalina, laser, nostalgia e sinceridade embaladas num jogo que sabe exatamente o que quer ser. Se você cresceu emulando naves de papel no meio da sala com som de “pew pew” na boca, esse aqui é seu lar. E se você nasceu depois de 2005, parabéns: chegou a hora de aprender como se voava antigamente.

Sem tutorial. Sem loot. Só dedo, mira e um coração pixelado de herói. “Você pode até jogar Star Fox por nostalgia. Mas só Ex-Zodiac explode com 144 FPS e honestidade retro-futurista de respeito.”

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