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Review: Deliver At All Costs é caótico e divertido

No ano passado, o Deliver At All Costs foi revelado com uma proposta bem diferente. O título coloca os jogadores no papel de um entregador na década de 50, mas essas entregas ocorrem de uma forma nada convencional e com muitos desafios.

Essa proposta diferente de Deliver At All Costs com uma câmera isométrica e o fato de sua história se passar nos anos 50 me intrigou bastante. Felizmente, o jogo foi lançado e correspondeu exatamente ao que esperava dele. A seguir, confira o review completo do Flow Games!

Uma história com elementos surpreendentes

Apesar de sua proposta mais casual praticamente dispensar uma história para funcionar, o Deliver At All Costs tem um pouco de foco em sua narrativa. Ao começar no fim da década de 50, nós somos apresentados a Winston, um homem que está na pior com dívidas atrasadas e topando tudo por dinheiro.

Com um passado misterioso, ele resolve aceitar um trabalho na empresa Viva Entregas para poder pagar suas contas, mas logo descobre que não terá vida fácil. Enquanto Harald, dono da empresa, gosta muito de Winston, o Donovan, filho de Harald, não parece compartilhar do mesmo entusiasmo.

Deliver At All Costs

Imagem: reprodução

A história de Deliver At All Costs, de forma geral, pode ser considerada simples, mas ela acaba sendo interessante por fugir um pouco do padrão. No segundo capítulo, verdade seja dita, alguns personagens mais chatos até aparecem, mas eles não comprometem o resto que foi criado.

Deliver At All Costs - alguns personagens não agradam

Imagem: reprodução

Sem dar spoilers, não é que reviravoltas aconteçam, mas alguns acontecimentos interessantes acontecem que deixam as coisas emocionantes. Alguns absurdos também ocorrem, mas é possível abraçar a ideia de Deliver At All Costs que não tenta se manter sério.

Todas as falas do jogo são dubladas, sendo que elas são bem competentes. O único contra a ser observado aqui é algumas cut-scenes ficaram sem legendas, ou seja, é preciso estar com o inglês em dia para entendê-las, mas os diálogos principais contam com sua devida tradução.

Missões divertidas e absurdas

O Deliver At All Costs até entrega uma boa história, mas o seu principal ponto está nas missões a serem realizadas, que até certo ponto não contribuem para a trama principal. Enquanto as missões não seguem bem a história, a verdade é que elas são bem divertidas.

Do começo ao quase fim (não darei spoilers), ao começar o seu trabalho na Viva Entregas, Winton Green precisa fazer entregas. Essas entregas, entretanto, não são simplesmente entregar de ir a um ponto a outro.

Apenas para citar exemplos, eu tive que passar por missões que incluíam pintar um peixe, pintar frutas para parecerem frescas e até levar balões pela cidade. Sendo que nessa dos balões, o carro flutuava sempre que passava por rampas e outros obstáculos na cidade.

Enquanto as missões são sempre para realizar entregas, Deliver At All Costs consegue divertir devido a cada uma delas ter uma característica única. Isso aliado a um nível de dificuldade bem calibrado com uma campanha que pode ser finalizada em 10 horas é um prato cheio de diversão.

Além das missões principais, o Deliver At All Costs também possui alguns pontos de interesse no mapa, mas aqui as coisas não fluem tão bem. No mapa de Deliver At All Cost existem diferentes pontos, que vão desde lojas, carros escondidos até missões opcionais.

Deliver At All Costs - missões opcionais

Imagem: reprodução

Na imagem acima, a missão do carro mal-assombrado diverte bastante e tem uma proposta bem bacana. Outras missões, por outro lado, não deixam claro para onde termos que ir e nem qualquer indicação de onde deve ser cumprido o objetivo.

A loja até pode se mostrar útil para uma parte da qual falarei mais adiante, mas os carros escondidos, por exemplo, não podem ser guardados, ou seja, não faz muito sentido ir atrás deles. As missões opcionais, por outro lado, são tão divertidas quanto frustrantes.

Após completar todas as missões, ainda é possível continuar jogando o Deliver At All Costs para fazer os seus extras. Entretanto, sem entregas, parte de sua essência perde um pouco o sentido.

Alguns acertos e outros pequenos problemas

Na questão da jogabilidade, dirigir em Deliver At All Costs é um deleite para qualquer jogador. Eu até me arrisco a dizer que, em alguns pontos, sua jogabilidade lembra a do Rock N Roll Racing, mas modernizada e mais adaptada para os dias atuais.

Assim como nos GTAs mais antigos e The Precinct, o Deliver At All Costs tem uma câmera isométrica e grande parte de seu foco está nos carros. Na maior parte do tempo, nós dirigimos a picape da Viva Entregas, mas cada carro possui sua dirigibilidade.

Deliver At All Costs - carros

Imagem: reprodução

O Deliver At All Costs, ainda nas missões com os carros, apresenta alguns elementos que deixam tudo mais cômico. Por exemplo, não é incomum perder a roda do carro durante uma missão e ter que descer para colocar outro pneu.

Mas dois contras ficam em evidência no jogo. Para começar, a parte em que controlamos o personagem a pé é bem truncada, sendo que poucas missões requerem que a gente ande quase que em um jogo de plataforma.

Por outro lado, o maior problema de Deliver At All Costs está em sua câmera, tanto para ações com o carro quanto a pé. Simplesmente, alguns edifícios e outros elementos ficam na frente do personagem, que só tem a sua sombra sendo exposta do outro lado.

Deliver At All Costs - camera tampando visão

Imagem: reprodução

O jogo até permite duas opções de ângulo, mas a verdade é que, nessas situações específicas, nenhum deles realmente funciona. Esse problema ainda é mais agravado a noite, quando o personagem quase não pode ser enxergado, assim como alguns elementos do cenário.

Além dessas questões todas mais referentes a jogabilidade, o Deliver At All Costs também traz um sistema de upgrades para poder colocar apetrechos no carro. Alguns deles são obrigatórios e devem ser utilizados nas missões principais, mas outros são obtidos a partir de plantas desbloqueadas com alguns outros itens.

Algumas missões até dependem do uso desses apetrechos, mas eles não são tão bem utilizados durante o resto da jornada. Não somente isso, alguns upgades, na prática, pouco fazem a diferença, como é o caso de uma “super-buzina” e um para manipular o tempo com a finalidade de facilitar as manobras para curvas.

Deliver At All Costs - loja com apetrechos

Imagem: reprodução

O mapa do jogo, que pode ser “dividido” em três partes, não é muito grande, mas é o suficiente para o jogador ficar entretido durante sua campanha e extras sem se cansar. Apesar de dar liberdade para irmos para qualquer lugar, o único problema em relação ao mapa é o fato de ter muitas telas de carregamento dividindo-o, ou seja, aqui perdemos um pouco da fluidez para ir de um canto a outro.

Deliver At All Costs vale a pena?

O Deliver At All Costs é um jogo que traz uma proposta para sair da mesmice e consegue garantir bastante diversão. Além de trazer uma história diferente, o seu clima de anos 50 com uma trilha sonora relaxante tornam a experiência única.

As missões, apesar de terem basicamente o mesmo objetivo, conseguem entreter e não são cansativas. Algo que contribui muito para isso são as suas mecãnicas, que podem tanto trazer obstáculos como mudar a sua física.

O Deliver At All Costs pode até desapontar em um ponto ou dois, mas é uma boa pedida para quem está cansado de jogos com a mesma proposta ou que sejam muito longos e sérios.

Deliver At All Costs foi gentilmente enviado pela Capcom no PC para a realização desta análise.

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