Terras raras motivam a mais nova disputa entre EUA e China

As chamadas terras raras são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas que são difíceis de se encontrar e explorar em grandes quantidades. Também conhecidos como metais raros, eles são usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.

Por conta disso, controlar estes minerais é fundamental, o que tem motivado uma nova disputa entre Estados Unidos e China. Na esteira das recentes tarifas de Donald Trump, por exemplo, Pequim usou estes preciosos metais para retaliar.

Importância geopolítica das terras raras

• Hoje, a extração dos metais raros está concentrada em apenas alguns países, sendo a China a principal produtora.
• Os chineses controlam mais de 70% deste importante mercado.
• Por outro lado, os EUA também têm acesso aos recursos, mas em grau muito menor.
• Como a demanda tende a aumentar ainda mais, outros territórios passaram a ser cobiçados.
• É por isso, por exemplo, que o presidente Donald Trump está pressionando a Ucrânia para fechar um acordo envolvendo as terras raras do leste europeu.
• Os ucranianos possuem grandes depósitos de metais raros, mas parte deles já está sendo controlada pela Rússia.
• Ao mesmo tempo, Groenlândia conta com um importante suprimento destes recursos.
• E não é coincidência que a Casa Branca esteja de olho na região, com Trump inclusive ameaçando tomar o território militarmente.

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China restringiu acesso dos EUA aos recursos

Depois que Trump anunciou tarifas de mais de 100% sobre as importações chinesas, Pequim reagiu com a adoção de novos controles de exportação. Além disso, revisou suas regras de exportação de terras raras. O objetivo é aproveitar da sua posição de maior produtora mundial para pressionar os EUA a desistirem da guerra comercial.

Desde o início de abril, a China exige que as empresas obtenham licenças especiais para exportar os metais raros, particularmente neodímio, disprósio e térbio. Uma decisão que gerou grandes reflexos no mercado automotivo, que depende fortemente destes recursos.

O principal temor das grandes empresas do setor é que os estoques dos metais acabem. Tesla, GM e Ford já esperam um aumento considerável nos preços dos produtos, o que pode acabar sendo repassado para os consumidores. Em um cenário de inflação global, as vendas de veículos elétricos poderiam despencar.

Apesar do cenário ser bastante incerto, um recente acordo entre China e EUA dá esperança de dias melhores. O entendimento entre as potenciais pode significar uma redução das tarifas aplicadas contra Pequim. Em contrapartida, os norte-americanos não ficariam sem as valiosas terras raras. As informações são da The Verge.

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